(Por Rafaela Silva Ferreira)
Atualmente, a ansiedade é um dos problemas de saúde mental mais recorrentes, que afeta o dia a dia de milhões de pessoas em todo o mundo, gerando impacto negativo na qualidade de vida. Felizmente, existem algumas práticas que podem ajudar a aliviar os sintomas do transtorno, como o autocuidado, que inclui aprender a gerir o tempo, fazer coisas que trazem prazer, relaxamento e diminuir a pressão para que se atinjam metas impossíveis.
Montar a cavalo é uma dessas práticas. A estudante de publicidade e propaganda, Michelly Messias Alves, de 32 anos, que começou com a prática quando tinha 14 anos, confirma o fato. “Sempre convivi com cavalos porque minha família é da roça, tanto materna quanto paterna.” Ela também conta como a prática a ajuda. “Antigamente, eu tinha umas crises de ansiedade muito fortes e constantes. Houve, inclusive, vezes que eu precisei ir ao hospital para tratar. E aí, depois de algum tempo, encontrei nos animais, principalmente nos cavalos, uma terapia.”
Diagnosticada com ansiedade por um psicólogo e também por um psiquiatra, Michelly conta que hoje ela aceita bem a situação porque enxergou algo de positivo em tudo. “Hoje está tudo bem, pois consegui procurar ajuda antes que se tornasse uma depressão. Além do apoio de pessoas próximas, essas crises me apresentaram um tratamento não só a base de remédios, mas por meio de uma uma conexão, porque todas as vezes que eu estou muito ansiosa, vou procurar os cavalos e consigo me acalmar, esquecer dos momentos ruins. É como me conectar com o mundo de novo.”
Gustavo Marques, 20 anos e também estudante de publicidade e propaganda, comenta que possui algumas práticas, mas que não são, necessariamente, ligadas a algum diagnóstico. “Acho que é normal, às vezes, ficarmos ansiosos com alguma situação que martela no cérebro. No meu caso, nunca recebi acompanhamento médico/psicológico, mas eu faço atividade física e hobbies, que ajudam a relaxar bastante.”
As atividades citadas são praticar esportes, correr e fazer séries de calistenia (tipo de ginástica). “É maravilhoso! Sempre foi. É que, por exemplo, no caso dos esportes, eu não enxergava isso antes. Mas agora que estou mais velho, é terapêutico demais.”
Outra técnica que Gustavo utiliza bastante é desenhar. Tem sido usada há muito tempo como uma forma de tratamento, ajudando as pessoas a expressar sentimentos ou lidar com problemas emocionais. “É uma forma de terapia real. Às vezes, só tenho foco para isso e me relaxa muito. Inclusive, é útil até para renovar o estoque de criatividade. Me sinto inspirado e leve”, explica, de bom humor.
PSICOLOGIA
A psicóloga clínica com ênfase em saúde mental, Luciane Rossi Alves, explica que toda e qualquer atividade relacionada às artes, ajuda muito para o tratamento da ansiedade. “É importante a pessoa escolher algo que goste e se dedicar a desenvolver essa atividade, como algo que beneficie sua vida. As artes são boas para todas as pessoas, mas principalmente para o ansioso. Ele poderá ‘descarregar’ suas atividades em algo que ajude a se perceber, sentir, desenvolver habilidades, e principalmente desenvolver seu potencial enquanto pessoa”, pontua.
Segundo a psicóloga, atividades com o corpo também são importantes, desde que a pessoa sinta-se confortável e tenha uma boa relação com esse exercício, sem cobrança e sem exageros.