(Por Nathália Sousa)
O mandarim, principal idioma da China, e um dos mais falados do mundo, não é a primeira opção da maioria das pessoas que tentam aprender uma nova língua em Jundiaí.
No entanto, com a influência do gigante asiático no mundo, há quem veja o mandarim como uma oportunidade. Jundiaí tem algumas cidades-irmãs, a maioria delas da China. Tai’an desde 2002, Rugao desde 2019 e Gaoyou neste ano. Tem também muitas multinacionais da China.
Segundo a professora de mandarim Débora Huang, que ensina o idioma desde 2005, a procura tem sido constante, devido à expansão das empresas chinesas pelo mundo e às parcerias entre Brasil e China.
“As pessoas tem buscado o curso de mandarim visando oportunidades de trabalho e de negócios, e há aqueles que têm interesse pela cultura e aprendizagem da língua. A maior dificuldade que eles podem encontrar é a falta de ambiente de imersão para a prática da língua no dia a dia”, explica.
Para ela, o aprendizado da língua poderá ser mais exigido no futuro, “Como já é possível observar, hoje em dia o fato de ser estudante de mandarim já conta como ponto positivo na hora de buscar emprego”.
ESTUDOS
Proprietária de uma escola de idiomas na qual Débora dá aulas, Melissa Passarini diz que o mandarim é visto justamente como oportunidade.
“Mandarim não é muito procurado como inglês, italiano, francês e espanhol. Mas tem uma procura, chega a ter poucos alunos no ano, mas já tivemos. Tem quem precise para a empresa e tem os alunos que querem porque gostam do idioma. Sinto que a maior procura de mandarim é pela pessoa que quer o diferencial no futuro, que pensa lá na frente.”
Coordenador pedagógico de uma outra escola de idiomas que oferece mandarim em Jundiaí, Alcemar Weirich Junior conta que a língua representa apenas uma fração da procura.
“Varia muito, mas é bem baixa comparada a outros idiomas, estimo que seja equivalente a 0,5% da procura de inglês, por exemplo. É fácil achar quem saiba mandarim, mas é muito difícil achar quem ensine bem. Geralmente são nativos que se dedicam a ensinar, mas não são todos que querem, porque não basta saber o idioma, tem que estudar para ter didática de ensino.”
Com falta de introdução do mandarim no Brasil, ao contrário do inglês, o aprendizado se torna mais dificultoso. “O interesse no chinês é diverso, mas geralmente são jovens que têm influência pela cultura oriental”, diz.
O coordenador acrescenta que o mercado de trabalho não é o principal fator para o estudo. “Até hoje não aconteceu por aqui de quem trabalha em uma empresa e precisa aprender. As pessoas vêm principalmente pela curiosidade e, em segundo, pelo futuro, que talvez precise. Mas de carreira, não tem”, explica.