(Por Natália Sousa)
Os dados apontam um fato de difícil compreensão, embora seja comum até demais: a maior parte dos acidentes de trânsito poderia ser evitada. Ano após ano, a imprudência continua sendo o motivo principal de fatalidades.
Neste ano, de janeiro a março, Jundiaí teve 14 óbitos em acidentes de trânsito. No mesmo período, houve 564 acidentes não fatais no município. Com relação à divisão de vias, a maioria dos acidentes acontece em vias municipais, mas a maioria dos acidentes fatais ocorre em rodovias.
2º tenente PM Martins Filho, da 1ª Cia do 4º Batalhão do Polícia Rodoviária (BPRv), diz que o mês tem uma série de ações alusivas à temática definida pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) a cada ano. A corporação também segue alguns pontos importantes no que diz respeito à segurança viária.
“Atualmente, o comando tem uma política de que todo condutor seja submetido ao etilômetro, então não é dispensado este teste. Temos sete pontos principais e o primeiro é a alcoolemia, seguido de motociclistas, pedestres, excesso de velocidade, uso do celular, cinto de segurança e ultrapassagem em local proibido. São pontos que o Observatório de Trânsito comprovou que causam o maior número de sinistros graves e fatais”, explica.
O policial lembra que as pessoas são foco em abordagens. “O Maio Amarelo é um momento e todas essas infrações dependem do condutor. Tem a precaução com o veículo, mas condutores são os maiores responsáveis”, diz ele sobre os sete pontos de maior atenção.
Martins Filho também conta que há vias de maior atenção na região, mesmo antes ou após o Maio Amarelo, como a rodovia Geraldo Dias, que tem característica de via urbana. “Temos ações de acordo com estudos de tipos de infração.
Na Anhanguera, semanalmente, acontece conscientização de pedestres, tem passagem em nível no início da rodovia e temos campanhas recorrentes para sinalizar as pessoas que usam a passagem rotineiramente. Fazemos campanha com motociclistas, na SP-300, o início da Bandeirantes, em São Paulo, conscientizando sobre o uso de corredores.
Todas as noites tem o Acorda Motorista, com motoristas profissionais, orientando quanto ao horário de descanso, local de parada. São ações perenes e, em maio, as ações são ainda mais intensificadas. Durante o ano, são ações mais específicas para cada tipo de rodovia.”
A PARTE DE CADA UM
Para o 2º tenente, mesmo com o estigma de que blitze prejudicam motoristas e devem ser evitadas, os grupos de WhatsApp que avisam sobre comandos acabam sendo positivos.
“O policiamento rodoviário tem a vantagem de que rodovias não têm tantos acessos e saídas, então mesmo sabendo do bloqueio, o condutor não deixa de ser submetido. Os grupos que avisam, desmotivam as pessoas a consumir bebida alcoólica e dirigir.”
“Acredito que as redes sociais têm aproximado muito a polícia do cidadão. Então tem uma empatia maior entre a pessoa abordada e o policial. O policial convida para fazer o teste de alcolemia, se não há infração, agradece ao condutor. Se há algo errado, explica o porquê para que não aconteça novamente”, diz ele.
Mesmo assim, alguns casos “diferentes” já aconteceram em comandos. “Não digo que é normal, mas já tivemos casos de mulheres grávidas em trabalho de parto e prestamos apoio. Outros, em que condutores indicam, pedem para a gente abordar um condutor que está vindo em seguida. Tem gente que deixa o motorista da rodada ser uma pessoa que não é habilitada”, fala Martins Filho.
MUNICÍPIO
Em Jundiaí, a abertura da campanha do Maio Amarelo feita pela prefeitura aconteceu na quinta-feira (4). A prioridade é investir em ações para a segurança no trânsito, preservando vidas. A programação do Maio Amarelo, com o tema deste ano sendo ‘No Trânsito, Escolha a Vida’, será realizada até o dia 31, com blitze e ações educativas pela cidade.