(Por Yasmin Dorti)
Com o inverno chegando, as adegas já começam a se preparar para as vendas de vinho, que aumentam consideravelmente nessa época. De acordo com proprietários, o crescimento pode chegar em até 100%
De acordo com Ricardo Luis Sibinel, proprietário de uma adega no Caxambu, em Jundiaí, as vendas são maiores nessa época de inverno e no Natal.
“No frio e na época do Natal conseguimos vender mais. Acreditamos que as vendas aumentam cerca de 50%. Nossas produções acontecem em janeiro, quando as uvas são trazidas do Rio Grande do Sul, já pensando nessas épocas”, explicou Ricardo.
O administrador de uma adega no bairro Castanho, Ricardo Leme, de 34 anos, conta que existe mais procura nos meses de junho e agosto. “As vendas aumentam cerca de 60% em nossa adega nesse período”, conta.
O presidente da Cooperativa dos Produtores de Vinho, Ivan Lúcio de Oliveira, afirma que esse aumento se deve pelo fato de que de que a bebida é mais propícia para o frio.
“O consumo aumenta conforme o frio chega, mas a produção é feita de janeiro a março. A porcentagem varia, mas tem um aumento considerável, se comparado com o de verão, podendo chegar a até 100% de aumento. Assim como o verão é mais propício para a cerveja, o frio estimula o consumo de vinho. Mas, apesar de ser mais ingerida no inverno, ela pode ser consumida o ano todo”, explicau Ivan.
PRODUÇÃO
Ivan explica que o processo de produção do vinho varia de acordo com o tipo.
“Primeiro é feita a colheita das uvas, depois a parte da maceração, fermentação com a casca e sem a casca, processo de trasfega, que limpa o vinho deixando ele mais claro, depois a estabilização e por fim, o envase. Os vinhos de mesa ficam prontos em cinco ou seis meses, mas os vinhos finos levam em torno de um ano e meio a dois. É um tempo de referência, mas pode ser um pouco mais ou um pouco menos, depende de cada produtor”, explica.
Além disso, Ricardo Leme ainda ressalta que dezembro e janeiro são as melhores épocas de colheita.
“Temos dois períodos de colheita de uvas: em janeiro as uvas de mesa e em julho as uvas finas. Após a colheita, as uvas seguem para a fermentação, que dura em torno de dois meses. Depois que ocorre a fermentação, os vinhos ‘jovens’ como brancos, rosés e tintos leves seguem para engarrafamento. Os tintos mais complexos seguem para envelhecimento em barricas de carvalho francês. Temos as frutas somente nessa época porque os demais meses não tâm uvas apropriadas para vinhos”, ressalta o presidente.
