Estudantes com mais de 50 anos são realidade em universidades

Apesar da universidade ser o sonho de muitos jovens, universitários acima de 50 anos mostram que a idade não é empecilho para realizar um sonho antigo e que não há barreira para adquirir novos conhecimentos.

O advogado Aurelio Santucci, 77, se mantém na ativo e decidiu estudar um novo curso para ter novos conhecimentos

A analista de contratos Cynthia Cervini, 54, conta que decidiu estudar Engenharia Civil depois de 20 anos trabalhando na área de construção civil. “Sou formada em outro ramo que não atuo, por isso decidi fazer Engenharia Civil. Quando comecei a trabalhar, as oportunidades de emprego foram me direcionando para a área da construção civil. Eu me encantei pela profissão, mas não tinha condições financeiras para fazer o curso. Hoje, depois de ter uma filha formada, consegui seguir com o desejo de ter um diploma dentro da minha área de atuação”, explicou a estudante do quarto semestre.

Antonio Carlos Teodoro, 62, se formou em Engenharia Civil aos 56 anos. “Entrei na faculdade para concretizar meu sonho de jovem: ser engenheiro civil. Ingressei na universidade aos 52 anos e, para mim, estudar nessa idade foi retornar a ser jovem. No início, fiquei meio incomodado, mas logo fui me agrupando com os meus amigos de sala de aula”, explicou Antonio.

O advogado Aurelio Santucci, 77, se mantém na ativo e decidiu estudar um novo curso para ter novos conhecimentos. “Ao longo dos mais de 40 anos na profissão de advogado, estudei diversos cursos. Resolvi fazer outra graduação diferente, para aprimorar conhecimentos. Fiz vestibular para Engenharia e Medicina e passei, mas decidi fazer Arquitetura e Urbanismo. O curso é gratificante, completamente diferente do que fiz a vida inteira. Acredito ser o aluno mais velho. Encontrei na classe alunos jovens e me sinto enturmado com os trabalhos em grupo. Somos ali todos estudantes e iguais. A única coisa que tenho de diferente é a experiência de vida que vai demorar um pouco para os colegas estudantes alcançarem”, contou Aurelio, estudante do terceiro semestre.

EXPERIÊNCIA

Mesmo com as dificuldades da vida adulta, os estudantes também trazem consigo a experiência de vida que os ajuda a superar esses desafios, e relatam ter um bom relacionamento com seus colegas e professores. “A idade não me atrapalhou em nada para seguir com este objetivo, me relaciono bem com os professores e com os colegas e ainda consigo contribuir com algumas das minhas experiências nos tópicos estudados”, relatou Cynthia.

“Senti facilidade pelo meu conhecimento e experiência de vida. As dificuldades foram menores do que as facilidades”, explicou Antonio.

“É tudo diferente do que fiz no meu tempo. Hoje tem muita tecnologia, tudo é mais rápido, mas estou conseguindo acompanhar. No fim, os colegas de classe acabam se tornando, junto com os professores, uma nova família. Hoje existe, apesar da informática presente em tudo, uma liberdade muito maior, menos distanciamento entre professor e aluno. Nem percebo na universidade que tenho 77 anos e sento ao lado de colegas valorosos de 18 a 20 anos. Sei que em classe eles também se sentem assim. A idade não faz diferença, os professores não perdem a identidade, sei que sirvo de estímulo e referência”, contou Aurelio.

BENEFÍCIOS

De acordo com a psicóloga Fátima Regina Negri, ingressar na faculdade após os 50 anos é uma oportunidade para se dedicar a si mesmo, visto que muitos adultos nesta idade já têm seus filhos crescidos e encaminhados. “Além desses fatores, também é importante para se socializar e se manter ativo na profissão ou até mesmo escolher a profissão que gosta”, explicou a psicóloga.

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