Em comemoração ao aniversário de 77 anos da Rádio Difusora Jundiaí 810 AM, celebrado neste sábado (24), o jornalista e radialista Adilson Freddo recebeu referências no jornalismo brasileiro que iniciaram suas carreiras na Rádio Difusora e no Jornal de Jundiaí, como o narrador esportivo Milton Leite e o histórico jornalista da Rede Globo, Fabbio Perez.
Para estes jornalistas, que hoje são referências na profissão, os microfones da Difusora e as máquinas de escrever do Jornal de Jundiaí foram os primeiros passos em suas trajetórias.
Famoso por suas narrações futebolísticas, inclusive em Copas do Mundo e Olimpíadas, Milton Leite iniciou a carreira como repórter de Esportes no Jornal de Jundiaí, em 1978. “Na época eu tinha apenas 19 anos, havia acabado de entrar na faculdade e vi um anúncio de uma vaga para repórter no JJ. Um ano depois de trabalhar no jornal impresso, entrei para a Difusora e continuei minha trajetória no jornalismo esportivo na rádio”, relembra o narrador.
Milton trabalhou na Difusora por aproximadamente cinco anos. Ele fazia parte da ‘Equipe Boa de Bola’ e narrava o Campeonato de Futebol Amador de Jundiaí e jogos do Paulista. Este ano ele completa 45 anos de carreira e, apesar de toda história construída no rádio e, posteriormente, na televisão, o narrador revela que “caiu de paraquedas” nos estúdios. “O Jornal de Jundiaí e a Difusora abriram as portas para mim no jornalismo. Eu nunca pensei em me tornar repórter na rádio, costumo dizer que isso foi até acidental na minha vida. E hoje eu sinto muita falta do radialismo. Sou apaixonado por esse veículo de comunicação”, diz Milton.
Com passagens pela Jovem Pan, ESPN e atualmente na Rede Globo, Milton Leite é um dos maiores narradores de futebol do país e famoso por seus bordões icônicos como: “Agora eu ‘se’ consagro”; “Deu o famoso bumba meu boi”; “Que beleza”, entre outros.
EXEMPLO
Além do Milton Leite, o lendário jornalista Fabbio Perez também tem a Rádio Difusora como porta de entrada para o mundo da comunicação. Com um currículo exemplar, Fabbio iniciou sua carreira em 1950. “Eu entrei na Difusora com apenas 14 anos. Meu primeiro emprego na rádio foi como operador de som e depois me tornei locutor, apresentando, escrevendo e dirigindo. Naquela época, a Difusora tinha uma programação bastante variada. Com notícias, entrevistas, músicas, programas de auditório, novelas, esportes. Logo fiquei fascinado pela profissão e por esse mundo”, relembra Perez.
Fabbio ficou cerca de oito anos na Difusora. Na década de 60, começou a trabalhar na televisão. “Migrei para a televisão no início dos anos 60, que marcou o começo da inauguração dos canais de televisão no Brasil, sendo a TV Tupi a emissora pioneira a operar no país. Mas, nessa época, a rádio ainda dominava tudo, porque poucas pessoas tinham acesso à televisão. As famílias ainda se reuniam em volta do aparelho de rádio”, contou o jornalista.
Fabbio é detentor de um currículo exemplar e recheado. Em 1963, venceu o concurso para locutor titular do Repórter Esso; em 1977, assumiu o cargo de editor-chefe do telejornal Amanhã. E, nos anos seguintes, foi fundador do Jornal da Globo e editor-chefe de vários programas e telejornais, entre eles Jornal Hoje, Globo Revista, Globo Repórter e, de 1984 a 1990, Jornal Nacional (o editor-chefe que mais tempo permaneceu no cargo, até então). Fabbio também apresentou o programa Globo Rural e, há pouco tempo, também estava apresentando o Globo Natureza.
Prestes a se aposentar, Perez guarda com carinho todas as recordações da Rádio Difusora. “Eu tenho lembranças muito doces do início da minha carreira e nunca esqueci das minhas origens. Guardo com carinho tudo que vivi nesta rádio e só tenho a agradecer todos que fizeram parte da minha trajetória.”
50 ANOS DE AMIZADE
As jornalistas Rosana Pagano e Cristina Falasco compartilham mais de 50 anos de amizade e muita história na Rádio Difusora. Cristina ingressou na equipe da Difusora em 1978, o seu primeiro emprego. “Eu estava cursando a faculdade de jornalismo, em Campinas e sempre gostei muito de rádio. Ganhei o meu primeiro aos oito anos de idade e esse veículo pra mim não perde a importância nunca. Tem sempre seu espaço, porque é imediato.”
A paixão de Cristina é antiga e hoje, depois de muitos anos, ela agradece a direção da Difusora, que na sua época era composta por Cícero Henrique e Hélio Luiz. “Me deram grandes oportunidades e orientações. Eu me orgulho muito de ter feito uma série de reportagens quando a rádio comemorou 35 anos. Eu tive uma história aqui, uma vida, né? Foi bastante tempo.”
Rosana Pagano trabalhou por três anos na Rádio Difusora. Ela relembrou e comemorou a experiência no veículo e a importância para sua carreira na comunicação. “O dia que eu cheguei, o Hélio Luiz fez um teste comigo. Lembro que ele colocou um microfone quadrado, antigo, meio amassadinho na minha frente. Ele dizia para mim: ‘fala problema’. Eu falava. Eram testes de locução porque não podíamos falar errado no ao vivo. Fui muito orientada quando comecei e agradeço o doutor Tobias pelas oportunidades.”
A jornalista teve um problema de garganta e acabou ficando um tempo fora, devido a uma cirurgia, mas deixa claro que “se pudesse voltar no tempo, jamais teria saído da Difusora”, concluiu.
COBRINHA
É impossível falar sobre a Difusora sem citar Luiz Antônio de Oliveira, o famoso Cobrinha. O repórter começou sua trajetória na rádio em 1975, cobrindo o futebol amador e o Paulista, dia após dia. “Na época eu estava na Santos Dumont e quando recebi a proposta para a Difusora não pensei duas vezes antes de aceitar, era a elite das rádios paulistas. O Campeonato Amador foi a minha porta de entrada na comunicação, amo minha profissão e faço isso há 48 anos sem perder um dia de serviço.”
