A Clínica da Família Hortolândia equalizou a fila de espera por atendimento na especialidade ortopedia. A redução foi possível a partir de trabalho focado no acolhimento dos usuários e na oferta de atividades para reabilitação e promoção da saúde dos pacientes.
Para dar vazão à demanda – também consequência da pandemia de Covid-19 – foi adotado novo fluxo de atendimento no serviço. O paciente com determinadas queixas ortopédicas, após passar por avaliação com equipe multidisciplinar, é encaminhado para grupos como o de ginástica terapêutica multifuncional e de caminhada monitorada.
“Há casos que podem ser resolvidos pela equipe médica com a prescrição de medicamentos e a oferta das atividades que fazem o fortalecimento muscular, o que também seria indicado pelo especialista. Com a adoção desse novo fluxo, equalizamos a fila que antes era de seis meses, garantindo mais resolutividade ao atendimento. O encaminhamento para agendamento na atenção especializada passou a ser efetuado de imediato, havendo a necessidade”, informa a médica generalista Tatiane de Luca Barbosa.
De segunda a sexta-feira, cerca de 10 Práticas Integrativas e Complementares (PICs) são desenvolvidas no serviço pelos médicos, enfermeiros e técnicos, juntamente com a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), composta por fisioterapeuta, educador físico, nutricionista, assistente social, terapeuta ocupacional, psicólogo e psiquiatra.
“Temos um leque de ações terapêuticas com olhar para cada paciente, mesmo sendo a prática em grupo. O fato de serem atividades coletivas motiva o paciente que se socializa, consegue perceber o quanto é possível melhorar ao ver os benefícios no outro, vencendo muitas vezes os seus medos. Verificamos um processo de reabilitação natural”, ressalta o fisioterapeuta Daniel Abade.
Para o gerente do serviço, Leonard Sardinha Cabral, outro benefício é que as atividades ocorrem em locais próximos da casa das pessoas. “Essas ofertas de cuidado que ultrapassam a ação curativa, melhorando a qualidade de vida dos nossos usuários, ocorrem no território, ou seja, nos Centro Esportivo, na Unidade de Apoio, nos parques, entre outros espaços”.
BEM-ESTAR
Há um mês no grupo de caminhada monitorada no Centro Esportivo Aramis Polli, a pensionista Eurides da Costa Silva, de 84 anos, já sente os reflexos da prática. “Eu estava no aguardo do ortopedista e me convidaram para iniciar, porque não conseguia andar. Comecei a vir e estou melhorando. Para chegar, eu vinha parando e sentando nos pontos de ônibus. Agora, venho direto, caminhando”, relatou.
A aposentada Luzia Bento, de 74 anos, também notou melhoria. “Minha queixa era de dor no ombro e no joelho. Consegui fortalecer a musculatura e não necessito nem de remédio.”
REDE
Em Jundiaí, todos os equipamentos da atenção básica ofertam Práticas Integrativas Complementares. Para participar, basta o usuário procurar a unidade de referência para se informar sobre a programação.
“A nossa rede tem como diferencial essa oferta de atendimento fora do consultório médico, que traz reflexos para a saúde da população e para o sistema como um todo, como é o caso desse trabalho focado da Clínica da Família Hortolândia na promoção da saúde e que está reduzindo a fila de espera da ortopedia”, frisa o gestor de Promoção da Saúde Tiago Texera.