A castração é um tema que gera muito debate entre defensores dos direitos dos animais, veterinários e tutores de pets. Com a popularização do procedimento, surgiram também vários mitos sobre a cirurgia. Isso faz com que, apesar de todos os benefícios, muitos donos de pets ainda tenham algumas dúvidas e receios.
De acordo com a veterinária Mayara Zanini Vieira, castrar o animal é um ato de amor, porém é preciso desmistificar alguns ‘achismos’. “Eu sempre ouço dizerem, principalmente, que a fêmea precisa ter ao menos uma cria e que os anticoncepcionais são saudáveis. Acredito que esses são os mitos mais comuns que precisamos quebrar. Não necessariamente a fêmea precisa entrar no primeiro cio e ter filhotinhos e os anticoncepcionais são muito prejudiciais para a saúde do animal.”
Outro mito comum é que a castração sempre afeta intensamente a personalidade do animal. “A personalidade do animal, tanto gatos quanto cães, raramente muda significativamente após a castração. Se o animal já tiver histórico de calmaria, aquele chamego, isso pode intensificar. No caso dos felinos, se ele for naturalmente ativo, vai continuar querendo sair para explorar. O que muda é apenas o interesse, já que o passeio não será para procriação.”
Uma preocupação recorrente é que animais castrados se tornam obesos e preguiçosos. A veterinária esclarece que a castração pode levar a um ligeiro declínio de 10% no metabolismo, mas, com a dieta e o exercício adequados, a obesidade pode ser evitada.
BENEFÍCIOS
Mayara enfatiza que a castração é amplamente aceita pela comunidade veterinária por reduzir riscos de doenças graves como câncer de mama e infecções uterinas em fêmeas. “A cirurgia tem muitos benefícios reais. Em relação às fêmeas, sempre sugiro que os tutores castrem por volta dos seis meses, para evitar o estresse do primeiro cio. A castração também é a melhor forma de prevenção da piometra (infecção no útero) e de outras doenças que acometem as cadelas e gatas.” A gravidez psicológica também entra na lista de coisas que podem ser evitadas. “As cadelas não castradas podem obter produção de leite e apatia, que atrapalham o bem-estar.”
No caso dos machos, a castração se torna benéfica principalmente quando há alterações genéticas. “Os testículos dos cães devem descer para a bolsa escrotal a partir dos quatro meses de idade. Porém, em alguns cães isso não acontece, ou seja, o testículo fica dentro do abdômen e pode se transformar em um câncer. Por meio da castração, conseguimos fazer a retirada do testículo”, explica.
Quando questionada sobre o momento ideal para castrar um animal, Mayara enfatiza a importância de esperar até que o animal esteja completamente desenvolvido, o que varia de acordo com a espécie e raça. “O ideal é a partir dos seis meses mesmo. Castração pediátrica não é legal e pode ser perigosa”, ela observa.
PREÇOS
Os preços de uma castração podem variar, sendo a partir de R$ 200. “Depende do tamanho, raça e tipo de castração. A cirurgia nos gatos costuma ficar mais barata do que em cães.”
CASTRAÇÃO GRATUITA
O Departamento de Bem-Estar Animal (Debea), informa que para castrar os Pets gratuitamente é necessário que o munícipe faça o cadastro no site do Debea (https://debea.jundiai.sp.gov.br/).
Após o cadastro, é necessário aguardar o contato do departamento para o agendamento. Não existe limite de animais para a castração, nem prazo para a realização da cirurgia.
A idade máxima de um animal para castração no Debea é de oito anos e o requisito é que o animal e o tutor vivam em Jundiaí. Todos os animais castrados também são microchipados no nome da pessoa cadastrada.
O próximo mutirão de castração de cães e gatos será realizado no dia 25 de agosto, no Debea. Após a operação, a Prefeitura oferece orientações sobre os cuidados pós-operatórios.
