Com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a crueldade animal, a campanha ‘Abril Laranja’ surge para combater os maus-tratos contra animais domésticos e silvestres.
A crueldade animal não está relacionada apenas a violência física, mas também quando esses animais são confinados em quintais ou terrenos e não recebem atenção ou tratamento digno, como pássaros sendo caçados e vivendo em gaiolas, animais que são criados para o abate, contrabandeados, os que são criados para rinha, entre muitos outros exemplos.
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Diretora de um abrigo em Campo Limpo Paulista, Rita de Cássia de Aguirre Bernardes Dezena, de 60 anos, conta que são muito frequentes os casos de maus-tratos. “O abrigo só recolhe animais abandonados, doentes e vítimas de maus-tratos. Chegam ‘estraçalhados’ de tanto sofrimento. A cada dia esses casos aumentam mais. Percebe-se uma falta de amor e respeito aos animais. São descartados diante da menor dificuldade, sem piedade. Queremos muito que as leis sejam cumpridas e as punições sejam severas”, explica.
“Quando identificamos um caso de maus-tratos, registramos um Boletim de Ocorrência, denunciamos e infelizmente, por falta de suporte no município, acolhemos o animal. Nosso abrigo tem hoje mais de 230 cães. A lei contra maus-tratos existe, mas raramente somos auxiliados por autoridades policiais. Aqui não há ‘delegados’ famosos que se importem com os animais. As protetoras e ativistas da causa animal lutam (literalmente) sozinhas, se expondo aos riscos de sofrerem atos de violência”, ressaltou.
Além disso, a diretora explica que o abrigo precisa de ajuda para arcar com os custos. “Toda ajuda é bem-vinda. Hoje o abrigo está superlotado e estamos precisando muito de ração e produtos de limpeza. Não temos qualquer auxilio do poder público. Por isso contamos com nosso trabalho e com a ajuda dos simpatizantes da causa. Cada cão resgatado não sai por menos de R$ 1,5 mil entre vermífugos, veneno para pulgas e carrapatos, internação para tratamento, ração de boa qualidade para melhorar o estado geral, vacinas e medicamentos. Para nós, do abrigo, o custo mensal da crueldade e irresponsabilidade das pessoas para com os animais é superior a R$ 18 mil mensais. São duas toneladas de ração por mês”, explica.
Os interessados em ajudar o abrigo podem fazer doações via pix através da chave 152.540.598-50.
DEBEA
De acordo com o Departamento de Bem-Estar Animal de Jundiaí (Debea), Órgão da Prefeitura de Jundiaí, a Campanha Abril Laranja é importante pois traz o debate acerca dos casos de crueldade animal à tona. A discussão também trata sobre a responsabilidade de assumir a guarda responsável de forma a garantir as cinco liberdades do animal, que são levadas em conta para avaliação de um possível caso de maus-tratos: livre de fome e sede; livre de desconforto; livre de dor, ferimentos e doenças; liberdade para expressar comportamento normal e livre de medo e angústia.
Em 2023, foram resgatados sete animais que estavam microchipados e em situação de abandono. Quatro desses eram animais que fugiram da casa do tutor e três que foram abandonados intencionalmente. Não é possível mensurar quantos casos houveram anteriormente, pois os animais ainda não eram microchipados, não sendo possível o monitoramento. Nesses casos de abandono intencional, a Prefeitura multa o antigo dono do animal e registra Boletim de Ocorrência.